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Polícia

Denúncias e prisões aumentam, mas violência contra mulher também cresce

22/07/2024 10:13:50

Volta Redonda registrou, na tarde do domingo (21), mais um caso de agressão a mulher. Um homem de 51 anos foi preso no Retiro, acusado de agredir a ex-companheira, de 54, em via pública, na Avenida Sávio Gama. Ele foi conduzido à Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), no Aterrado, sendo preso em flagrante.

A ocorrência é mais uma que se soma a tantas outras registradas quase que diariamente. Com a instituição da Lei Maria da Penha, em 2006, aumentando o rigor na punição de casos de violência contra a mulher, esperava-se uma queda neste tipo de crime, mas a verdade é que a legislação não teve os efeitos esperados.

Para se ter uma ideia, no último sábado (20), das cinco audiências de custódia marcadas na Cadeia Pública de Volta Redonda, quatro diziam respeito a violência doméstica contra mulheres.

A lei tipificou as situações de violência doméstica, proibindo a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, ampliando a pena de prisão e determinando o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social. Mas a violência não cai. No ano passado, o boletim “Elas Vivem: Liberdade de Ser e de Viver”, da Rede de Observatórios da Segurança, levantou 3.181 casos no país, envolvendo crimes como agressões, torturas, ameaças e ofensas, assédio ou feminicídio. Foi apurado um aumento de 22% em relação a 2022.

Conscientização – A secretária de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos de Volta Redonda, Glória Amorim, concorda que há aumento de casos nos dois cenários e observa: há uma subnotificação das denúncias porque nem todas as vítimas registram as agressões.

“Tanto o número da violência aumenta, como o de mulheres que fazem as denúncias. As mulheres estão cada vez mais buscando os seus direitos, a rede de atendimento, fazendo o registro de ocorrência e, gerando esses dados estatísticos, mas, infelizmente, estudos sinalizam que em torno de 30% das mulheres que sofrem violência doméstica é que, de fato, fazem um boletim de ocorrência”, diz.

Para a secretária, a violência doméstica familiar continua ligada à cultura patriarcal que ainda predomina: “Os homens veem as mulheres não como sujeitos de direitos, seres humanos, merecedoras de respeito, de direitos assegurados, mas como um objeto, como propriedade deles. Pensam que podem fazer o que quiserem, inclusive agir com violência. Então, como ainda é muito enraizada essa cultura, continuamos vendo os casos de violência sendo praticados e, ainda em 2024, aumentando cada vez mais”.

Glória Amorim, por outro lado, ressalta que o trabalho de conscientização ajuda vítimas a identificar quando estão em um relacionamento abusivo, buscando ajuda na rede de apoio, que, em Volta Redonda, está bem estrutura. “Hoje elas sabem que, ao buscar um atendimento, vão ter a garantia de resolução das demandas. Isso faz com que esses números (de registros) aumentem. Existem algumas formas de violência que, às vezes, a mulher não consegue perceber, até porque é uma violência do dia a dia, cotidiana, como a psicológica. A partir do momento em que a gente faz o trabalho de conscientização, elas conseguem despertar e identificar essas relações tóxicas, então buscam atendimento”. (Foto: Arquivo / Semop Denúncias e prisões aumentam, mas violência contra mulher também cresce

De 5 audiências de custódia no sábado, na Cadeia Pública de VR, 4 foram de presos por violência doméstica

Volta Redonda registrou, na tarde do domingo (21), mais um caso de agressão a mulher. Um homem de 51 anos foi preso no Retiro, acusado de agredir a ex-companheira, de 54, em via pública, na Avenida Sávio Gama. Ele foi conduzido à Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), no Aterrado, sendo preso em flagrante.

A ocorrência é mais uma que se soma a tantas outras registradas quase que diariamente. Com a instituição da Lei Maria da Penha, em 2006, aumentando o rigor na punição de casos de violência contra a mulher, esperava-se uma queda neste tipo de crime, mas a verdade é que a legislação não teve os efeitos esperados.

Para se ter uma ideia, no último sábado (20), das cinco audiências de custódia marcadas na Cadeia Pública de Volta Redonda, quatro diziam respeito a violência doméstica contra mulheres.

A lei tipificou as situações de violência doméstica, proibindo a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, ampliando a pena de prisão e determinando o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social. Mas a violência não cai. No ano passado, o boletim “Elas Vivem: Liberdade de Ser e de Viver”, da Rede de Observatórios da Segurança, levantou 3.181 casos no país, envolvendo crimes como agressões, torturas, ameaças e ofensas, assédio ou feminicídio. Foi apurado um aumento de 22% em relação a 2022.

Conscientização – A secretária de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos de Volta Redonda, Glória Amorim, concorda que há aumento de casos nos dois cenários e observa: há uma subnotificação das denúncias porque nem todas as vítimas registram as agressões.

“Tanto o número da violência aumenta, como o de mulheres que fazem as denúncias. As mulheres estão cada vez mais buscando os seus direitos, a rede de atendimento, fazendo o registro de ocorrência e, gerando esses dados estatísticos, mas, infelizmente, estudos sinalizam que em torno de 30% das mulheres que sofrem violência doméstica é que, de fato, fazem um boletim de ocorrência”, diz.

Para a secretária, a violência doméstica familiar continua ligada à cultura patriarcal que ainda predomina: “Os homens veem as mulheres não como sujeitos de direitos, seres humanos, merecedoras de respeito, de direitos assegurados, mas como um objeto, como propriedade deles. Pensam que podem fazer o que quiserem, inclusive agir com violência. Então, como ainda é muito enraizada essa cultura, continuamos vendo os casos de violência sendo praticados e, ainda em 2024, aumentando cada vez mais”.

Glória Amorim, por outro lado, ressalta que o trabalho de conscientização ajuda vítimas a identificar quando estão em um relacionamento abusivo, buscando ajuda na rede de apoio, que, em Volta Redonda, está bem estrutura. “Hoje elas sabem que, ao buscar um atendimento, vão ter a garantia de resolução das demandas. Isso faz com que esses números (de registros) aumentem. Existem algumas formas de violência que, às vezes, a mulher não consegue perceber, até porque é uma violência do dia a dia, cotidiana, como a psicológica. A partir do momento em que a gente faz o trabalho de conscientização, elas conseguem despertar e identificar essas relações tóxicas, então buscam atendimento”. (Foto: Arquivo)

 

 

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