Cidades
Acidente fatal em VR alerta sobre segurança no transporte por mototáxis
12/04/2024 17:57:38O acidente entre um carro e uma mototáxi, que vitimou uma mulher de 33 anos na manhã da quinta-feira (11), em Volta Redonda, mais uma vez chama a atenção sobre a questão da segurança dos novos modos de transporte, que que crescem de forma indiscriminada a cada dia em todo o país.
Dados da pesquisa Cenário da Mortalidade de Motociclistas no Brasil, realizada em 2019 pelo Observatório Nacional de Segurança Viária – quando o volume do transporte por motocicletas era significativamente menor – mostram que os acidentes com moto representaram, naquele ano, 35% das mortes no trânsito no país. Ou seja, uma em cada três vítimas estavam em motos.
O serviço de mototáxi vem atraindo passageiros, muitas vezes jovens, pelo fato de ser mais ágil do que outras formas de transporte. Por outro lado, o risco de acidentes é, comprovadamente, muito maior.
De acordo com o ISP (Instituto de Segurança Pública) os acidentes de trânsito com mortes na região Sul Fluminense saltaram de 32, em 2022, para 62 em 2023. Isso sem falar em acidentes não fatais, em que as vítimas levam meses e até anos para se recuperar. Ou seja, impactam diretamente o sistema de saúde pública, gerando um custo a toda a população.
Além disso, a falta de regulamentação efetiva desse tipo de serviço e o uso inadequado de equipamentos de segurança por parte dos mototaxistas e passageiros contribuem para agravar a situação. Há denúncias de que muitos mototaxistas não estão devidamente licenciados e nem mesmo possuem a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Além disso, passageiros são transportados sem equipamentos de proteção adequados. Além disso, as motos não possuem seguro de responsabilidade civil, como é exigido de taxis e ônibus.
Sem fiscalização – Na maioria das cidades esse serviço não é autorizado pelo poder público, como é o caso de Volta Redonda (lei 3.984 desde 2005). No entanto, a não há fiscalização, acendendo um alerta quanto à segurança da utilização dessa modalidade de transporte, que também contribui diretamente para aumentar o custo do sistema regulamentado.
Para conscientizar a população teve início, em junho do ano passado teve início, em todo o Brasil, a campanha “Sua segurança não pode ser passageira. Vá de ônibus”, em defesa do uso do transporte público regular e seguro aos passageiros – iniciativa da FETPESP (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo) e da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), com o apoio da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
O objetivo da campanha é alertar para os riscos da utilização dos transportes alternativos disponíveis à população por meio de aplicativos, principalmente dos mototáxis.
Segundo Francisco Christovam, presidente executivo da NTU, a campanha serve para alertar sobre os riscos da utilização dos mototáxis. “Esta não é uma campanha contra o uso da motocicleta, que é um transporte individual. A intenção é mostrar que o passageiro deve utilizar o ônibus, um transporte regulamentado, que é mais seguro, e o perigo representado pelo uso do mototáxi nos sistemas viários das cidades”, disse ele. (Foto: Divulgação)