Estado
Polícia prende 20 suspeitos e apreende fuzis no RJ
Na ação, agentes localizaram falsa igreja usada para despistar policiais
10/06/2025 17:33:26A operação da Polícia Civil no Complexo de Israel, no Rio, nesta terça-feira, culminou com a prisão de 20 suspeitos e apreensão de oito fuzis, duas pistolas, granadas e coquetéis molotov, além de drogas, materiais e equipamentos para embalar entorpecentes. Uma construção irregular dos traficantes foi demolida - era uma torre utilizada pelos bandidos para atacar a polícia, instalada em uma falsa igreja, para despistar as forças de segurança.
A ação, conduzida por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais e de delegacias da capital, da Baixada e do interior, é resultado de sete meses de investigações, que resultaram na identificação de 44 traficantes sem mandados anteriores e possibilitaram que a Polícia Civil solicitasse ordens judiciais com base em “provas contundentes”.
As investigações revelaram uma organização criminosa altamente estruturada e armada, sob a liderança de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, um dos narcotraficantes mais perigosos do estado. O grupo atua nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau. A facção impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa.
Sob o comando direto de Peixão, segundo a polícia, a organização criminosa promove a intimidação sistemática de moradores, expulsão de rivais, ataques a agentes de segurança e ações coordenadas para impedir operações policiais. Foi identificado um grupo responsável pelo monitoramento de viaturas, queima de ônibus e organização de protestos simulados com o objetivo de obstruir o trabalho policial. Foi apurada, ainda, a existência de um núcleo especializado na tentativa de abate de aeronaves policiais, composto por criminosos com armamento pesado e treinamento específico.
No início da operação, houve troca de tiros que fechou a Avenida Brasil e a Linha Vermelha. Um motorista e um passageiro de ônibus foram baleados em diferentes veículos na Avenida Brasil e na Linha Vermelha durante a operação. As vias ficaram fechadas por mais de 1h devido ao intenso tiroteio.
Sobre OS transtornos à população, o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, reforçou que quem causa esse estado de coisas não é a polícia. “Os causadores desses ataques que interferem na rotina da população são esses narcoterroristas que atiram deliberadamente contra trabalhadores, em vias de grande circulação, a fim de cessar as ações das forças de segurança”, disse Curi. (Foto: Divulgação)