A suspeita de envenenar um ovo de Páscoa e enviar para uma família no Maranhão viajou 384 km só para cometer o crime. Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, saiu de Santa Inês à 0h30min de quarta-feira (16), chegando em Imperatriz pela manhã, em um ônibus interestadual que liga os dois municípios. Lá, ela se hospedou em um hotel utilizando um crachá falso, em que havia uma foto dela de peruca preta, o nome falso de Gabrielle Barcelli e a inscrição ''Gastrônomia'' - com erro de acentuação - , indicando uma suposta profissão. Em conversa com a atendente do hotel, por meio do WhatsApp, ela se passou por uma mulher trans, dizendo que estava em processo de mudança de nome e, por isso, não poderia apresentar um documento de identidade. A recepção do hotel aceitou a condição e assim, ela conseguiu fazer a reserva.

Após pedir para um motoboy entregar o chocolate como um presente a Miriam Lira, de 36 anos, ela retornou para Santa Inês, ainda na noite de quarta, chegando por volta das 2h30min de quinta-feira (17). A Polícia Civil acredita que o crime tenha sido motivado por ciúmes e vingança, já que seu ex-marido é atual companheiro de Miriam. O filho de Mirian, de 7 anos, comeu o chocolate e morreu no hospital. Sua filha, de 14, e ela, estão internadas em estado grave na UTI da unidade médica.

Ela teve a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira (18) e deve ser transferida para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Em depoimento, ela confessou ter comprado o chocolate mas negou ter colocado veneno no produto. Após chegar em Imperatriz, ainda segundo a polícia, Jordélia chegou a fazer um serviço falso de degustação de trufas de chocolate em uma área próxima onde trabalhava Mirian Lira, uma das vítimas. (Fotos: Polícia Civil/Reprodução)