Os professores e funcionários das escolas públicas da rede municipal de Barra Mansa estão em estado de greve. A decisão foi aprovada em assembleia realizada na quarta-feira e, segundo o Sepe-BM (Sindicato dos Profissionais de Educação), uma greve poderá ser deflagrada “a qualquer momento”. Uma nova assembleia será realizada na quarta-feira (19).

Em carta encaminhada à categoria, o Sepe afirma que vem tentando, através de “reiterados ofícios”, uma audiência com o prefeito Luiz Furlani. Eles querem debater com o chefe do Executivo questões como reajuste salarial e cumprimento do piso do magistério.

“A reposição das perdas inflacionárias é um direito dos servidores públicos previsto no artigo 37 da Constituição federal. Até a presente data o prefeito não citou qualquer palavra referente a valorização profissional dos servidores. Da mesma forma ignora o piso do magistério dos professores, lei federal 11.738/2008”, diz um trecho da carta, na qual o sindicato cita que o salário mínimo da prefeitura de Barra Mansa está em R$ 1.320 - abaixo do mínimo nacional.  Ainda de acordo com o Sepe, é sobre este valor que incidem os descontos, fazendo com que o líquido fique abaixo de R$ 1 mil.

O sindicato aponta ainda que sempre a categoria teve que recorrer à Justiça para garantir o piso do magistério e lembra que, em 2023, para cumprir a obrigação, o então prefeito Rodrigo Drable cortou, com a anuência da Câmara Municipal, a gratificação que era paga aos professores havia 43 anos, alegando que o pagamento do piso quebraria a prefeitura. A medida levou a categoria à greve. “Fizemos uma greve com massiva adesão e conseguimos amenizar o ímpeto maldoso do ex-prefeito. Reduziram nossa gratificação em mais da metade, fazendo com que os professores acumulassem perdas salariais consideráveis”, destaca o Sepe.

Este ano, o piso foi reajustado em 6,37%, índice que está sendo contestado. “Qual a justificativa para o não cumprimento, uma vez que cortaram nossa gratificação, que diziam ser a causa do impedimento?”, questiona o sindicato. (Foto: Divulgação / Arquivo)