No primeiro dia da greve dos professores da rede pública municipal, a Secretaria de Educação de Barra Mansa encaminhou ofício ao Sepe-BM (Sindicato dos Profissionais de Educação) solicitando uma reunião nesta quarta-feira (23), às 16h30min. Os trabalhadores da educação cruzaram os braços a partir desta terça-feira (22), por tempo indeterminado, após os vereadores aprovarem mensagem do prefeito Rodrigo Drable reduzindo de 95% para 20% o adicional de regência – o que vai acarretar em perda de vencimentos.

O prefeito sustenta que não haverá perdas para os professores, mas o Sepe-BM contesta e exemplifica: professores de 20 horas das séries iniciais (creche, educação infantil e 1º ao 5º ano, recebem R$ 3.039,11 (R$ 1.558,52 mais 95% de adicional. Com a mensagem aprovada, o rendimento – segundo o sindicato – cai para R$ 1.870 (R$ 1.558,52 mais 20% $ de regência). Já o professor do 6º ao 9º ano, que cumpre 22 horas, recebe atualmente RR$ 3.342,30 (R$ 1714 mais 95). Com a mensagem o valor despenca para R$ 2.056 (R$ 1.714 mais os 20% aprovados).  

A alegação de Drable é que o município não tem condições de pagar o Piso Nacional do Magistério juntamente com o adicional e conseguiu suspender uma decisão judicial que obrigava a prefeitura a realizar o pagamento do piso.

De acordo com a estimativa do Sepe-BM, a adesão no primeiro dia de paralisação chegou a 90% dos professores afetados pela iniciativa do prefeito. “Sem medo errar”, frisou o diretor Carlos Roberto de Almeida, o Beto. As escolas, de acordo com ele, não ficaram totalmente fechadas devido aos contratados, mas várias unidades, sobretudo da educação infantil, comunicaram aos pais e responsáveis que não haveria aulas. Barra Mansa tem 72 escolas municipais e cerca de 1,3 mil professores (são 19.421 matrículas).

Manifestação – Durante praticamente todo o dia, os profissionais da Educação permaneceram em frente à sede da prefeitura, no Centro. A categoria salienta que, além de reduzir o adicional de regência – conquistado há 40 anos – a mensagem de Drable aprovada pelos vereadores ainda condiciona o pagamento a um “critério meritocrático”, levando em conta assiduidade, pontualidade e produtividade. “Inclusive com relatório da direção da escola, que é cargo de confiança do prefeito”, pontuou o diretor do Sepe-BM.

Sobre a reunião solicitada pela Educação, ele confirmou que o sindicato vai comparecer: “Sempre solicitamos reuniões, inclusive com o prefeito. Vamos à reunião, mas a posição definitiva nossa é o que estamos reivindicando nas ruas: a revogação da mensagem aprovada na Câmara”.

Também nesta quarta-feira, os professores farão panfletagem na antiga estação (gare), no Centro, informando à população os motivos da greve. Uma assembleia está marcada para a manhã desta quinta-feira (24), no salão da Matriz de São Sebastião, quando a categoria será informada do conteúdo da reunião.

Fumacê – Durante a manifestação em frente à sede do governo municipal, um fato chamou a tenção dos professores: um carro fumacê passou duas vezes pelo local. Os professores estranharam porque, de acordo com Beto, profissionais e moradores do Roberto Silveira (bairro que fica ao lado do Centro Administrativo Municipal).

“Há muito tem,po que não se vê fumacê pelo bairro Roberto Silveira, que é o mais próximo da prefeitura e passou duas vezes, fazendo o mesmo percurso. Mas continuaremos firmes, cobrando a revogação”. (Foto: Divulgação)