Aos 82 anos, o cantor Milton Nascimento recebeu o diagnóstico de demência por corpos de Lewy (DCL), o terceiro tipo mais comum de demência no mundo. A condição, causada pela degeneração de células nervosas no cérebro, foi confirmada após exames realizados neste ano, segundo reportagem da revista Piauí nesta quinta-feira (2).

O quadro começou a ser percebido pelo filho e empresário do artista, Augusto Nascimento, no início de 2024. Milton apresentava lapsos de memória, perda de apetite, olhar fixo e repetição frequente das mesmas histórias em curtos intervalos de tempo.

Diante da piora, Augusto acionou o clínico geral Weverton Siqueira, médico que acompanha o cantor há dez anos. O profissional relatou ter se assustado com a rapidez do declínio cognitivo e iniciou uma série de testes em abril.

Enquanto aguardava os resultados, Augusto decidiu realizar uma viagem com o pai pelos Estados Unidos. “Quando vi que o meu pai apresentava uma piora brusca no quadro cognitivo, perguntei ao médico se seria uma loucura fazer uma viagem de motorhome com ele pelos Estados Unidos”, contou.

Com o aval do médico, eles percorreram 4 mil km em 16 dias, passando por estados como Arizona, Utah, Wyoming e Montana. “Meu pai contava para todo mundo como se tivesse sido a melhor coisa da vida dele”, recordou Augusto.

Após o retorno, os exames confirmaram a demência por corpos de Lewy. A doença apresenta sintomas semelhantes ao Alzheimer, principalmente nos lapsos de memória, e também ao Parkinson, no que diz respeito às questões motoras. Este último, inclusive, havia sido o diagnóstico anterior do cantor.

Milton Nascimento se aposentou dos palcos em 2022, após a turnê “A Última Sessão de Música”, mas continuou fazendo participações musicais. Em 2025, foi homenageado pela Portela no Carnaval do Rio com o enredo “Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol”. (Foto: Reprodução)