Nacional
Polícias Civil, Militar e bombeiros decretam greve no Rio
09/02/2012 23:59:34Após a assembleia realizada na noite de quinta-feira, os bombeiros e as polícias civil e militar decretaram a greve das categorias no estado do Rio de Janeiro.
"A partir de agora, a segurança é de responsabilidade da Guarda Nacional ou do Exército", disse um bombeiro ao microfone, após perguntar quem estava a favor da paralisação e todos os presentes levantarem as mãos e gritarem "sim".
Após a confirmação da greve, o bombeiro deu instruções aos policiais e bombeiros presentes na Cinelândia. "Todos devem seguir direto e estar aquartelados em seus respectivos batalhões", disse. "Atenção, é importante, quem está de folga aquartela, de férias aquartela, quem está de licença aqueartela. Todos juntos, não tem distinção, se puderem levar as esposas, levem junto. É importante", completou.
O decreto da greve foi antecipado, já que segundo as lideranças do grupo, se as reivindicações não forem aceitas até a 0h desta sexta-feira (10), as categorias iniciariam a paralisação.
A juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros da Auditoria da Justiça Militar do Rio decretou, na noite desta quinta-feira, a prisão preventiva do cabo Benevenuto Daciolo, do Corpo de Bombeiros. Ele é acusado de praticar os crimes de incitamento e aliciamento a motim. As informações foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
A liberdade do bombeiro era uma das reivindicações de policiais civis, militares, bombeiros e agentes penitenciários, que fazem assembleia na noite desta quinta-feira (9), na Cinelândia, no Centro do Rio. (veja o vídeo acima)
“Juntos somos fortes. Soltem o Daciolo porque ele é heroi. Ele não é vagabundo, não é vândalo. Ele foi o cara que sempre pregou a mansidão e a paz”, falou um dos bombeiros aos quase três mil manifestantes, entre bombeiros, agentes penitenciários e policiais civis e militares, que participam da assembleia.
Manifestantes se acorrentam a bonecos vestidos com fardas da polícia e dos bombeiros
"Primeiro queremos que soltem o Daciolo. Em segundo, reivindicamos o piso salarial de R$ 3.500, com R$ 350 de vale transporte e R$ 350 de tíquete-refeição. Essas são as condições para que não haja a paralisação", afirmou o sargento Paulo Nascimento, do 1º GSE, ao lado de Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol).
O cabo Benevenuto Daciolo está preso administrativamente, em Bangu, devido aos crimes de incitamento à greve e aliciamento a motim, segundo o secretário de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões. Escutas mostram conversa de Daciolo com a deputada Janira Rocha (PSOL) sobre estratégias de greve.
Segundo os manifestantes, mais de 50% das três categorias vão aderir à greve. Nascimento afirmou que, no caso do Corpo de Bombeiros, 70% vão paralisar.
Em relação à segurança da população, Nascimento garante que os serviços de segurança da sociedade que tenham "caso de morte" serão prestados. "Em casos como grandes incêndios, colisões, atropelamentos, acidentes graves, os serviços serão prestados", garantiu.