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Estado

Operação prende membros de milícia que atua na Zona Oeste do Rio

29/09/2011 16:44:41

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO), realiza hoje uma operação, para prender 16 membros de uma milícia que atua há 13 anos na Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Os alvos são integrantes das polícias Federal, Civil e Militar, da Aeronáutica e da Guarda Municipal. Até agora, 14 pessoas já foram presas, entre elas o delegado federal aposentado Luiz Carlos da Silva, apontado como um dos chefes da quadrilha. Ele foi preso em casa, em Jacarepaguá.

Outros dois suspeitos de serem líderes do bando também foram presos: o comissário de polícia lotado na 28ª DP (Campinho) Eduardo Lopes Moreira e o policial militar do 20º BPM (Mesquita) Thiago Rodrigues Pacheco. Felipe Lopes Moreira, filho do comissário de polícia, também foi preso.Os policiais da Draco detiveram também o guarda municipal Ubirajara Ferreira da Costa, os advogados Kleber Gomes Lima e Mauro Arthur Ribas e o militar da Aeronáutica Aníbal Ramos, que integrariam o segundo escalão do grupo paramilitar. Os outros seis presos foram identificados como José Carlos Lins Teixeira, Evaristo da Silva Alves, Edison Dias de Moura, Luciomar Anselmo Sant’ana Lima, Francisco Antônio Ximenes Feijão e Elias Bezerra da Silva.

Um outro homem, com roupas falsas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também foi preso e responderá em liberdade pela contravenção penal. Dois suspeitos continuam foragidos, entre eles um suboficial da Aeronautica. De acordo com o delegado Alexandre Capote, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, a quadrilha chegava a movimentar R$ 200 mil em cobranças de taxas por serviços clandestinos. Segundo as investigações, os policiais que lideravam o grupo exerciam influência nas delegacias para desqualificar as vítimas que ameaçavam denunciar a quadrilha.

As investigações, realizadas durante seis meses, demonstram que os denunciados se valiam das funções exercidas junto a forças de segurança para influenciar investigações de interesse do bando e também para evitar a repressão policial, sobretudo por parte do 18º BPM (Jacarepaguá). De acordo com a denúncia, os integrantes da milícia agiam ostensivamente, exibindo armas de fogo e facões à luz do dia. Os advogados Kleber Gomes Lima e Mauro Arthur Ribas também foram denunciados pelo crime de quadrilha armada. A participação deles, segundo a denúncia, se dava na falsificação de documentos para a legalização de terrenos invadidos, na intermediação das extorsões e na corrupção de policiais. O grupo chegou a registrar falsos crimes em delegacias para desqualificar testemunhas. Pelo mesmo crime também foram denunciados outros 11 integrantes da milícia.

Os detidos foram encaminhados para a sede da Academia de Polícia Civil, no Centro do Rio. Os 120 policiais que participam da ação buscam ainda cumprir 35 mandados de busca e apreensão. Por enquanto, duas armas, uma arara e um outro pássaro já foram recolhidos. Os dois animais estavam no sítio do policial federal aposentado, onde aconteciam as reuniões do grupo.

De acordo com informações do MP, o nome da operação se refere ao fato de o grupo ser liderado por três policiais: o Delegado da PF aposentado Luiz Carlos da Silva, o Comissário da Polícia Civil Eduardo Lopes Moreira e o PM Thiago Rodrigues Pacheco, todos presos nesta quarta-feira.

A investigação que desencadeou a operação Tríade foi conduzida pela Draco e durou seis meses. A quadrilha foi denunciada pela prática de crimes hediondos, como estupro, além de outros crimes, como cobrança de taxas por serviços clandestinos de segurança; conservação de ruas, sinal de internet e TV a cabo; cobrança por água encanada, entre outros. O grupo criminoso atua desde 1998 nas localidades da Pedra Branca, Santa Maria, Pau da Fome, Estrada dos Teixeiras, Estrada do Rio Pequeno e Estrada do Rio Grande.

Os mandados estão sendo cumpridos em Copacabana, na Zona Sul; no Recreio dos Bandeirantes, na Taquara, em Santa Cruz e em Campo Grande, na Zona Oeste; e em Marechal Hermes, no subúrbio.

A Draco contou com o apoio do MP, que ofereceu as denúncias à 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá, e também da Corregedoria Geral Unificada (CGU), da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Ssinte) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

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