Uma falta em Willian, aos 46 minutos do primeiro tempo, foi a última participação de Petkovic num jogo oficial de futebol. Se o feito não tem nada de bonito, o resultado de sua partida de despedida também não entra com louvor para a história: o Flamengo ficou somente no empate em 1 a 1 com o Corinthians, no Engenhão.

Mas o gol de empate do Flamengo, este sim, merecia a assinatura de Petkovic: perdendo de 1 a 0, o Rubro-Negro tinha uma cobrança de falta a seu favor, e o sérvio cochichou no ouvido de Renato Abreu. Sem a vaidade dos velhos tempos, Pet aconselhou o companheiro a fazer a cobrança. Premonição? Experiência? Humildade? O fato é que Renato fez um golaço, com a categoria que só Petkovic e poucos costumam (ou costumavam) ter.

O gol de empate, feito com o aval e lobby de Petkovic, foi o justo desfecho de um jogo equilibrado. O Corinthians apostava na velocidade do ataque e chegara ao gol numa jogada pela direita do estreante lateral Weldinho em cima do fraco Egídio. Willian recebeu o cruzamento e antecipou-se à zaga para marcar, aos 18 minutos.

Petkovic jogava a sua vida. E bem. Caprichou nas cobranças de escanteio e, numa daquelas enfiadas bem ao seu estilo, deixou Wanderley sozinho, na cara do gol. Mas Julio Cesar levou a melhor na dividida, aos 32 minutos.

Não seria que Petkovic voltaria para casa na pele de herói, como acontecera tantas vezes na carreira. Mas sua humildade ao eleger Renato Abreu como o batedor ideal de uma falta aos 39 minutos recompensou o Flamengo com o empate. E pouco houve depois disso, pelo menos no primeiro tempo.

No segundo, já com Negueba no lugar do sérvio, o jogo perdeu a graça. Ronaldinho Gaúcho assumiu o papel de protagonista, com belas jogadas e um chute na trave, aos 31 minutos, enquanto o Corinthians aceitava o empate como um ótimo resultado.