Estado
Diretor pedirá demissão do Dnit, diz assessoria
29/09/2011 16:44:36O diretor de Infraestrutura Rodoviária do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Hideraldo Caron,vai entregar nesta sexta-feira carta de demissão ao ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, informou a assessoria de imprensa do órgão.
O gaúcho Hideraldo Caron, diretor do Dnit desde 2004, é o único representante do PT na cúpula do órgão e foi citado pela revista "Veja" por supostamente autorizar, de modo irregular, recursos adicionais para obras rodoviárias
Hoje, a reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" afirmou que Caron aprovou um convênio no valor de R$ 30 milhões com a prefeitura de Canoas (RS) administrada por um prefeito do PT. Conforme o jornal, o convênio trata de construção de casas para famílias sem-terra.
Na quinta, em entrevista ao G1, ele afirmou não temer ser exonerado e disse que estava trabalhando em planejamento de obras até 2014.
“Não tenho pensado nesse assunto [exoneração]. Vamos continuar trabalhando, minha área tem mais de 1.100 contratos em andamento e, enquanto estiver aqui, vou seguir esse cronograma”, disse o diretor.
O Dnit está no centro de uma série de denúncias de superfaturamento e cobrança de propina em obras ligadas ao Ministério dos Transportes.
A crise nos Transportes, iniciada no começo de julho, já foi responsável pela saída de Alfredo Nascimento do cargo de ministro e de diversos servidores da pasta. Ao todo, 15 servidores já foram demitidos ou afastados.
Se confirmada a saída de Caron, apenas dois diretores da cúpula do Dnit permanecerão na função desde o início das denúncias: Jony Marcos Lopes, diretor de Planejamento e Pesquisa, e Geraldo Lourenço de Souza Neto, diretor de Infraestrutura Ferroviária, que agora acumula a função de diretor de finanças.
A situação do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, é a única pendente no órgão. Pagot está de férias desde 4 de julho, início da crise nos Transportes, e retorna no começo de agosto.
O Palácio do Planalto já informou que ele será exonerado ou pedirá demissão quando voltar. Durante depoimento no Congresso na semana passada, ele reiterou diversas vezes que não estava afastado, apenas de férias, e que sua situação dependia da presidente Dilma Rousseff. Na terça, em entrevista ao G1, ele admitiu a possibilidade de ser afastado.
A cúpula do Dnit tem sete diretores. Dois cargos já estavam vagos antes da crise. O diretor-geral Luiz Antonio Pagot está de férias e o diretor-executivo, José Henrique Sadok de Sá, foi afastado na semana passada.