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por: Ingridy Ribeiro

Ser inteiro

10/11/2017 17:38

Quando você se encara no espelho, você se reconhece? Reconhece quem você realmente é, sem uma mistura do que esperam que você seja? Você se enxerga por inteiro?

Como é possível queremos um relacionamento completo com o outro, ou conseguir algo em qualquer âmbito da vida, se não conseguirmos primeiro sermos inteiros conosco?

Na escola, se tiramos uma nota abaixo da média não somos “bons o suficiente”, se tiramos 7 “somos piores” do que alguém que tira 9. Aos poucos, nosso desejo natural de explorar o mundo, é substituído pelo angustiante desejo da perfeição. Crescemos passando nossos dias estudando mais para tirar uma “boa nota” na prova, ao invés de nos desenvolvermos em outras coisas, especialmente naquilo que nos é natural, que poderíamos chamar de talento ou aptidão. Foi o que aconteceu comigo e o que acontece ainda com a maioria, infelizmente.

Já adultos, a busca por essa “média melhor” (leia-se perfeição), nos faz desistir de relacionamentos que são bons e saudáveis, mas não nos parecem perfeitos. Nos faz abrir mão de oportunidades profissionais que nos deixam entusiasmados, mas que não apareceram em condições perfeitas. E quantas coisas importantes não são ditas enquanto esperamos o momento perfeito? Em suma, perdemos muitas oportunidades de viver situações enriquecedoras em busca dessa perfeição.

A boa notícia? Nunca é tarde demais para se livrar da pressão de ser perfeito, de ter uma carreira perfeita ou uma família perfeita. Eu tenho uma teoria: ser inteiro é muito melhor do que ser perfeito. Além disso, penso que a perfeição nos faz estagnar.

Na faculdade, por exemplo, eu não era nem de longe a “melhor aluna”. Minhas notas eram medianas, com exceção das matérias e professores que me estimulavam. Mas, na prática, fui uma estagiária engajada, com destaque em todos os lugares os quais eu passei. Eu estava longe de ser perfeita, mas certamente era inteira no que eu fazia.

O caminho para ser inteiro é estreito, requer coragem, é preciso estar preparado para mergulhar em si mesmo e, principalmente, requer que nos desapeguemos de quem um dia achamos que deveríamos ser, especialmente para agradar os outros. Mas, vai por mim... vale muito a pena!

Aceitar nossas imperfeições nos torna mais tolerantes para nós mesmos e para os outros. E isso é maravilhoso!

Eu fico com as pessoas inteiras, com os amores inteiros, com as palavras inteiras, com os abraços e beijos inteiros, com as escolhas inteiras, as atitudes inteiras. A perfeição é uma ilusão, é negar a vida como ela é, imperfeita e cheia de possibilidades. E, se não somos inteiros conosco, dificilmente seremos inteiros com o outro e provavelmente não seremos inteiros na vida.

Busque ser inteiro ao invés de perfeito, do contrário você corre o grande risco se passar a vida inteira pela metade sem, ao menos, aproveitá-la de verdade.

Até a próxima!

Ingridy Ribeiro é Coach de Vida & Carreira. Escreve às sextas-feiras

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