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por: Filipe Cury

Queda livre

03/06/2016 10:22

O público presente aos estádios do Brasil está em queda livre e a culpa não é de Volta Redonda. Grandes sites esportivos divulgaram, nos últimos dias, que a população da cidade não gosta de futebol, prefere ir a uma pizzaria do que ao Raulino incentivar os times pelos quais torcem. Pois bem, eu também discordo. Não é só a Cidade do Aço que convive com esta realidade.

A verdade é que para se deslocar aos estádios de qualquer lugar do Brasil para ver jogar muitos dos times da elite, como Botafogo, Flamengo, Fluminense, entre outros, além da questão financeira, o torcedor precisa ser muito apaixonado para aguentar assistir partidas de pouca técnica, criação, finalização, e, principalmente, sem um jogador que realmente incentive a comprar o ingresso.

Nenhum time do país, nos dias de hoje, tem atletas com a capacidade de arrastar multidões aos estádios em uma rodada de qualquer campeonato que seja. Na quinta-feira, por exemplo, no próprio Raulino, no jogo entre Flamengo e Vitória, pelo Campeonato Brasileiro, o público pagante foi de 4.661. Ai vem a grande mídia esportiva incentivar maus olhares para Volta Redonda.

No jogo entre Oeste e Vasco, pela Série B, em Barueri, foram de apenas 3.187 pagantes. No confronto entre Cruzeiro e Botafogo, em Brasília, cidade com 2,9 milhões de habitantes, 7.057 pagantes. Belo Horizonte, tem 1,4 milhão de habitantes e 8.144 pagaram para ver Atlético-MG e Fluminense. Era para ser considerado um absurdo, não? E sobre o jogo entre Figueirense e São Paulo, em Florianópolis, com quase 500 mil habitantes e ter um público medíocre de 5.271 pagantes? Um crime, minha nossa... E ainda assim continuam culpando Volta Redonda.

Fred e Scarpa não são Romário. Sheik e Guerrero não são Ronaldinho Gaúcho. Sissinho não é Seedorf e nem Nenê tem, ainda, o carisma de um Juninho Pernambucano. Com todo respeito, achem outro culpado. A qualidade do espetáculo e a paixão pelo futebol andam juntas e, sem estes ingredientes, fica difícil lotar qualquer estádio. É preciso jogadores que incentivem o torcedor a sair de casa, porque pagar para ver Márcio Araújo é difícil.

Filipe Cury é estudante de jornalismo e faz estágio no FOCO REGIONAL.  

E-mail: filipecury93@gmail.com


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