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por: Filipe Cury

Por mais "Tites" no futebol brasileiro

11/11/2016 15:53

"Faça aquilo que ama e não precisará mais trabalhar um único dia". Alguém já percebeu o brilho no olhar de Tite ao falar de futebol? Seja em entrevistas à beira do gramado ou em um bate-papo descontraído com seus jogadores, vejam bem. Notem as suas atitudes, gesticulações e percebam os motivos que fizeram do Brasil duramente criticado por Galvão Bueno (com razão), no início das Olimpíadas, para um Brasil de cinco vitórias, quinze gols marcados (média de três por partida), e uma admirável arrancada para a liderança das Eliminatórias.

Listei abaixo alguns dos motivos que contribuem para o sucesso de Tite com a amarelinha.

Humildade

Na quinta-feira, a seleção venceu a Argentina no Mineirão e uma câmera do SporTV flagrou a empolgação do treinador no gol de Paulinho, terceiro do Brasil na partida. Mesmo de roupa social, Tite não se conteve e disparou em direção ao bolo de jogadores que vibravam com o gol do companheiro, sem se importar com a vestimenta, costumes, e com a "europatização" que fizeram do futebol, onde o técnico fica estático, de terno e gravata, sem expressar nenhuma emoção durante as comemorações dos feitos de sua equipe.

Relacionamento com os atletas

Se com Dunga o afeto não era dos melhores, onde, por exemplo, havia grandes resistências entre técnico e jogador, principalmente em termos de comunicação, sem contar na insistência do antigo comandante em deixar de fora grandes nomes, como o lateral-esquerdo Marcelo, pelo simples fato de "não ir com a cara", e por ser "marrento", com Tite os jogadores bons realmente são convocados e se sentem mais à vontade, motivados e cientes de suas funções.

Padrão tático

Pouco antes de comandar a seleção, Tite declarou que queria uma equipe com a cara do Brasil e que atletas de nível para compor elenco não faltavam. Para isso, ele fez o óbvio: chamou aqueles que se encontram em boa fase em seus respectivos clubes, com exceção de alguns. Atletas como Neymar e Philippe Coutinho, que já jogaram juntos nas seleções de base, se conhecem bem e possuem certa liberdade dentro do grupo.

Gabriel Jesus, do Palmeiras, muitas vezes comparado com o início de carreira de Ronaldo Fenômeno, faz exatamente a sua função de segundo atacante, onde, apesar de atuar no meio da área, tem a liberdade de correr por fora e arriscar jogadas individuais, que já deram certo nos jogos anteriores e resultaram em gols.

Cada jogador é orientado a se preocupar com uma determinada parte do campo e com atletas adversários específicos. Há uma divisão de responsabilidades e o termo "Neymardependência" caiu no esquecimento. Se a equipe vence, ganham todos. Se a equipe perde, perdem todos.

Currículo vitorioso

Vamos combinar uma coisa. É completamente diferente um técnico que possui um histórico respeitável de títulos – Libertadores da América, Mundial de Clubes, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro -, assumir o Brasil, do que alguém que nunca venceu absolutamente nada. Até porque, não foi por acaso que o Tite conquistou os títulos citados acima com o time do Corinthians. Algum diferencial ele deveria ter.

Conclusão?

Pode-se concluir que o Tite foi a melhor coisa que aconteceu para o Brasil desde 2002. E não são as vitórias que dizem isso, e sim, o comportamento da seleção brasileira durante as partidas, que, através dos métodos citados acima utilizados por Tite, com honra, esforço e muito talento, aos poucos resgata a alegria e vontade do torcedor brasileiro chegar em casa, ligar a televisão e assistir as partidas. Até porque, o futebol no Brasil não morreu.

Ele está presente nas quadras dos bairros, nas periferias, nas favelas, e em grandes centros de treinamento. A paixão precisa falar mais alto que o dinheiro. E é isso que falta nos gramados. Mais "Tites" no futebol brasileiro. (Foto: CBF)

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