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por: Fernando Pedrosa
Manobra para ficar na Alerj
03/01/2017 10:10
Passou praticamente em branco, entre o final de 2016 e o início deste ano, uma manobra do deputado estadual Comte Bitencourt (PPS), eleito vice-prefeito de Niterói, para permanecer – pelo menos até 31 de dezembro deste ano, se quiser – como deputado estadual, em vez de assumir o novo cargo para o qual foi eleito. Com isso, o empresário Rogério Loureiro, de Volta Redonda, suplente de Comte, não sabe quando vai se sentar na cadeira do partido na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), quando esperava assumir nesta segunda-feira que passou.
Isso porque a Câmara de Niterói aprovou, no dia 14 de dezembro, um decreto legislativo que cheira a inconstitucional por todos os lados, autorizando Comte a se licenciar do cargo de vice-prefeito até o fim deste ano. O motivo alegado pelo deputado/vice-prefeito é a grave crise econômica que o estado do Rio está enfrentando, que, ele argumenta, pode trazer consequências sérias para Niterói.
Entrelinhas
As declarações de Comte Bitencourt – que é o presidente do PPS – devem ter deixado Loureiro com uma pulga, ou várias, atrás da orelha.
“Apesar da decisão da Câmara me autorizar a licença até dezembro, isso não quer dizer que eu não possa assumir o cargo antes. Minha saída da Alerj vai depender de diversos fatores, sobretudo nesse grave período de crise econômica, que pode ter efeito direto na economia de Niterói”, disse, acrescentando: “Não tenho dúvidas que serei muito bem representado na Casa, caso Rogério Loureiro assuma no meu lugar”.
Já pensou se a moda pega?
E Gotardo?
Já o ex-prefeito de Volta Redonda Gotardo Netto também não assumiu, como pretendia, o mandato no lugar de Márcio Canella (PSL), eleito vice-prefeito de Belford Roxo.
Também para não perder definitivamente a cadeira de deputado, Canella vai apenas se licenciar da Alerj, assumindo a Secretaria da Casa Civil da cidade da Baixada. Assim, Gotardo ganha, mas não leva a titularidade da cadeira na assembleia.
Vai exercer o cargo na condição de suplente, o que não lhe dá autonomia no gabinete. E, como Canella certamente será novamente candidato a deputado estadual em 2018, terá de se desincompatibilizar do cargo de secretário municipal em abril, obrigando o ex-prefeito de Volta Redonda a desocupar a vaga.
Realmente, política no Brasil não é para amadores.
Quem
Nesta segunda-feira, depois da posse dos prefeitos eleitos no ano passado, assumiram um lugar na Alerj Átila Nunes (PMDB), na cadeira de Carlos Augusto Balthazar (PSL); Geraldo Moreira (PTB), no lugar de Farid Abrão (PTB); Gilberto Palmares (PT), na cadeira de Dr. Sadinoel (PMB); Coronel Jairo (PMDB), que era suplente de Waguinho (PMDB); Dica (PTN), no lugar de Bernardo Rossi (PMDB); Marco Antônio Figueiredo (PROS), na vaga de Rogério Lisboa (PR), e Silas Bento (PSDB), que assumiu o mandato que era de José Luiz Nanci.
Mais um
O prefeito Fernando Jordão nomeou em sua equipe de governo nada menos que quatro nomes que compuseram o secretariado de Antônio Francisco Neto, em Volta Redonda. José Carlos de Abreu, como já havia sido anunciado, foi para a Fazenda, mesmo cargo que exercia na cidade do aço. Sebastião Faria, que dirigiu o Hospital São João Batista, também foi confirmado na direção do Hospital Geral da Japuíba.
Mas não ficou só nisso. Carlos Macedo foi nomeado secretário de Administração de Angra dos Reis, mesma função que exercia com Neto. E, sem alarde, o engenheiro Paulo César de Souza, o PC, que dirigiu o Saae de Volta Redonda, ficou com o Serviço de Abastecimento e Água da cidade litorânea.
Por que
Liga o vereador Paulinho do Raio-X para explicar o motivo de ter se emocionado e ido às lágrimas na sessão solene de posse dos eleitos em Volta Redonda, no último domingo, e principalmente, por ter escolhido, além da mulher, a sogra para lhe entregar o distintivo de vereador.
Paulinho sofreu, no final do ano passado, a perda de pessoas muito próximas, incluindo seus pais. Naquela hora, a emoção foi maior. Depois de eleito, ele já tinha decidido, inclusive, que o pai participaria do ato de entrega do distintivo, mas o destino não permitiu.
Quanto à sogra, diz ele que ela se tornou “a mãe de toda a família” depois disso.
Tá certo, vereador, tá certo.
Fernando Pedrosa é editor do FOCO REGIONAL