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por: Fernando Pedrosa
'Chanceler' derruba assessor
05/04/2017 22:13
Pouca gente em Volta Redonda, fora do meio político, já deve ter ouvido falar de Sérgio Freitas, o “Donda”. Ele passou a ocupar um cargo na Smac (Secretaria Municipal de Ação Comunitária), comandada pelo vice-prefeito Maycon Abrantes, assim que Samuca Silva tomou posse no Palácio 17 de Julho.
Pois Donda acaba de ser exonerado. A ele é atribuída a gafe de Samuca no caso do “chanceler” do Qatar.
Donda, que foi candidato a vereador em 2004 pelo Partido dos Trabalhadores (naquela ocasião teve 116 votos), já passou por vários outros partidos. Quando esta coluna foi publicada, citamos que Donda faria parte da Rede, o que foi contestado por filiados do partido. No dia do fatídico encontro no Rio com o tal “chanceler”, Donda – que estava com o prefeito – chegou a enviar fotos do celular para conhecidos em Volta Redonda se gabando de ter sido o articulador da conversa.
Antes desta publicação, a coluna tentou falar com Donda, sem sucesso.
Aliás, a coluna foi informada que também foi exonerado Silvio Sérgio de Lima Lacerda, mais conhecido como Silvio da Feira, que estava no Centro de Zoonoses. Neste caso, porque teria batido de frente com a apadrinhada de um vereador.
Segue o baile
Quem também deixou a equipe de governo de Samuca, nesta quarta-feira, foi o experiente arquiteto Ronaldo Alves. Apenas dois meses depois de nomeado assessor especial do prefeito, ele pediu o boné.
Pela versão oficial, pretende dedicar mais tempo à sua empresa. Mas é estranho que alguém com o gabarito de Ronaldo embarque num projeto político para, em tão pouco tempo, descobrir que precisa mesmo é se dedicar à sua atividade particular.
Há um mês, quando o procurador Fábio Silva desembarcou do governo, a coluna avisou que outras saídas ocorreriam. E novamente assegura: pode vir mais por aí.
Roda de fogo
Bastaram três meses de governo para azedar as relações entre o prefeito e o presidente da Câmara, Sidney Dinho (PEN). A tentativa de Samuca – que nega – de interferir na pauta da Câmara, para forçar a votação as contas de 2011 do ex-prefeito Antônio Francisco Neto, foi condenada até por parlamentares mais alinhados com o prefeito. E também por outros que já sinalizaram que vão votar contra Neto.
Dinho ficou irado ao tomar conhecimento da movimentação de Samuca. Seu sangue ferveu, primeiro, quando um vereador, que não é de primeiro mandato, confirmou ter sido chamado ao Palácio 17 de Julho para conversar com Maurício Batista, assessor legislativo do governo. Lá chegando, se deparou também com Samuca, com a ideia de que os parlamentares fizessem um requerimento de urgência e preferência para forçar o presidente da Câmara a colocar a rejeição das contas de Neto em votação.
O presidente da Câmara reuniu o grupo dos 14 vereadores reeleitos antes da sessão da terça-feira, quando se referiu ao prefeito sempre com termos impublicáveis. E soltou fogo pelas ventas quando, durante a sessão, apareceu o chamado grupo de lideranças empresariais, tendo à frente Mauro Campos Pereira, que também é assessor de Samuca. Percebeu na atitude uma forma de pressão inaceitável.
Este episódio ainda vai render. (Fotos: Reprodução Facebook / Arquivo)
Alterada às 22h13min
Fernando Pedrosa é editor do FOCO REGIONAL