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por: Frederico Guimarães
Baleia Azul, o jogo da morte
18/04/2017 09:01
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o suicídio já mata mais jovens que o HIV em todo mundo. No Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes. O suicídio mata em média 26 brasileiros por dia e este número não para de crescer. Nos últimos 25 anos, esse número aumentou mais de 30%. Um crescimento maior que a taxa populacional, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de “O Suicídio e sua prevenção” (ed. Unesp, 142 págs.).
Separei estes números não só para falar de um assunto que merece atenção dos nossos governantes, mas também para comentar sobre um bizarro jogo que tem ganhado os jovens de nosso país através das redes sociais, chamado Baleia Azul.
Baleia Azul, ou Blue Wale, é um macabro jogo com 50 desafios, que incluem a automutilação e tem em seu ato final, o suicídio. Aparentemente este jogo começou na Rússia, em 2015, e já tirou mais de 130 vidas por lá. Este fato levou as autoridades locais a investigarem as causas destes e outros suicídios cometidos por jovens. A polícia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida.
Recentemente, dois casos ganharam destaque no Brasil. O primeiro trata-se da jovem Maria de Fátima, de 16 anos, encontrada morta no Mato Groso e o rapaz, Gabriel Antônio dos Santos, de 19 anos, achado sem vida em Pará de Minas-MG. Ambos os casos ligados a este jogo.
A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro vem fazendo uma varredura nas mídias sociais para investigar possíveis tentativas de suicídio ligadas ao Baleia Azul, depois de a mãe de um garoto de 12 anos notar que o filho havia recebido o convite para participar desse jogo.
Na internet, tudo se espalha muito rápido e com muita facilidade. E, por incrível que parece, coisas bizarras também retêm atenção, principalmente dos jovens. Existem várias brincadeiras que colocam em risco a vida de crianças e adolescentes na internet e essa vem se espalhando rapidamente mundo afora.
A recomendação para os país são as mesmas de sempre: monitorem, monitorem e monitorem o que seus filhos fazem na internet. Acessem suas mídias sociais, sigam-os nas redes, abram seus celulares e vejam o que estão conversando. Instalem aplicativos de monitoramento, de rastreamento, de bloqueio de páginas e, o mais importante de tudo, conversem. Preocupem-se mais com o que eles fazem na internet e fiquem atentos a comportamentos e atitudes fora do comum. Devemos passar a educação da melhor maneira possível e conscientizar nossos jovens para que deem o merecido valor à sua vida e também à do próximo. Em caso de suspeitas, acionem as autoridades e busquem a ajuda de profissionais.
Não podemos permitir que nossos jovens tirem suas vidas por uma brincadeira idiota criada por um grupo de babacas. (Foto: Reprodução WhatsApp)
Frederico Guimarães é especialista em marketing digital