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Meio Ambiente
por: Adaucto Lima Neves
Aquecimento global e atitude
04/11/2015 07:40
A América Latina chegou a emitir 1,5 bilhão de
toneladas por ano de gás dióxido de carbono(CO2) em 2010. A maioria das fontes
de emissão desse gás de efeito estufa são o desmatamento, a agropecuária e o
setor de petróleo. Temos no Brasil o predomínio das emissões derivadas do
desmatamento e do metano (CH4) proveniente da pecuária. No campo do
desmatamento e da mudança no uso da terra, o Brasil contribui com 2,5% das
emissões mundiais desses gases.
O Brasil, através da Lei 12.187/09, instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). Essa lei adota ações de mitigação com vistas a reduzir em média 37% das emissões de gases do efeito estufa (GEE), projetadas para 2020. Este compromisso tem sido acompanhado desde 2012 e ficou a cargo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. As estimativas nacionais – tratadas aqui como “ESTIMATIVA” – foram elaboradas, com Diretrizes Técnicas Básicas, pelos documentos elaborados pelo Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC).
Temos a oportunidade de sermos beneficiados por políticas sensíveis à segurança climática. O benefício para o Brasil é muito grande – em função das oportunidades abertas pela transição de uma economia com baixa emissão de carbono e progressos tecnológicos dos biocombustíveis. Alguns setores da economia na América Latina demonstram potencial e interesse na transição econômica, o qual setor de energia nuclear, pode contribuir bastante, até a chegada de novas tecnologias com células de hidrogênio comercialmente competitivas. O socioambientalismo também apresenta potencial de oportunidade e mobilização de negócios através do ecoturismo.
Já os desmatadores criam resistência à governabilidade do clima. Vários estão ligados a atividades predatórias e à informalidade. Contribuem com efeito negativo à estabilidade do clima, implicando destruição de recursos naturais e conversão muito ineficiente de floresta. Uma resistência indireta aparece também no setor petrolífero, tanto das estatais como das multinacionais. Temos em evidência a indústria do cimento e as termoelétricas que causam grande impacto ambiental e poluição. Todos eles provavelmente tendem a perdas econômicas para a transição da ecosustentabilidade.
Mas há mudanças na autocrítica de um passado recente que avalia o erro da resistência às propostas de redução de desmatamento. O problema requer integração e inovação, quando se aplicar políticas públicas mais responsáveis. É importante o engajamento de todos: poder público, setor empresarial e sociedade civil. Articulação e trabalho parecem ser a receita para que o Estado brasileiro enfrente os desafios das mudanças do clima. No caso das mudanças climáticas, as políticas públicas devem ser operadas a partir de estratégias sólidas e atuantes, além de considerar as especificidades de cada região e estado – já que cidades do litoral, poderão sofrer aumento do nível do mar e cidades do interior sofrer estiagem ou excesso de chuvas.
Adaucto Lima Neves é professor e ex-secretário de Meio Ambiente de Barra Mansa e escreve às quartas-feiras
E-mail: adauctoneves@gmail.com