Colunas
por: Ingridy Ribeiro
A vida não é só pagar boleto
10/03/2017 13:35
Conta para mim: qual tem sido o foco da sua vida? Acumular coisas ou acumular experiências? Você tem conseguido equilibrar trabalho e interesses pessoais?
Nós mal saímos do Ensino Médio e já precisamos decidir o que vamos fazer da vida. E é melhor que seja algo que nos trará prestígio e um alto salário no futuro. Afinal, a vida é dura. Não é mesmo?
Ainda nem nos graduamos e já começamos a pensar na pós. Afinal, o mercado é competitivo e você precisa estar atualizado, certo? Mal conseguimos um estágio e já queremos ser efetivados, numa multinacional de preferência. Afinal, você precisa ser o melhor e, quanto maior a empresa – e a carga horária – maior o status. Não é verdade?
Somos efetivados e adivinha? Logo queremos mais promoções. Mais dinheiro. Menos sossego. Mais prestígio. Menos qualidade de vida.
O ritmo acelerado de nossas vidas, muitas vezes não nos permite parar para pensar se as exigências e pressões da sociedade vão de acordo com nossos valores. Não sabemos mais porque queremos o que queremos. Aliás, será mesmo que queremos?
Que fique claro: não acho errado termos ambição e batalharmos pelas coisas que queremos, desde que queiramos verdadeiramente. É maravilhoso crescermos numa carreira que nos dá a oportunidade de viver nosso propósito. Mas, crescer por crescer, é viver para pagar boleto.
Vem cá: você pode aprender mandarim se isso te deixa feliz. E daí que o inglês é a língua mais importante do mundo? Você pode aprender meditação ao invés de planejamento estratégico, se isso te trará mais felicidade.
Experimente a sensação libertadora de investir o seu tempo e o seu dinheiro em você. Única e exclusivamente porque você gosta, porque você quer. Sem considerar os outros. Sem considerar o seu brilhante futuro profissional. Acumule mais momentos e experiências e menos coisas.
Enfim, não reduza uma vida tão cheia de possibilidades a uma vida robótica de investir em coisas que você não quer, para impressionar quem você não gosta.
Não somos só os nossos currículos. Não somos as empresas que trabalhamos. Tampouco somos o salário que nós ganhamos. Nós somos as experiências que nós vivemos. Somos as pessoas que conhecemos. Somos o tempo de lazer que passamos com a nossa família. Somos os livros que lemos. As músicas que escutamos. Somos os lugares que nós vamos. Não se limite a pagar boletos.
No caixão não tem cofre, portanto o que ganhamos em vida não será levado para depois dela. Pague seus boletos e seja grato por poder pagá-los. Mas também viva – ao máximo – aqueles momentos que são impagáveis.
Ingridy Ribeiro é Coach de Vida & Carreira. Escreve às sextas-feiras