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por: Ingridy Ribeiro

A armadilha da vitimização

13/04/2018 09:38

"Oh vida, oh céus, oh azar… isso não vai dar certo!”. Quem não conhece esse bordão dos desenhos animados?

Para a amargurada hiena Hardy, a vida é sempre difícil. Assim como Hardy, muitas pessoas vivem o fascínio pelo papel de vítima. São aquelas pessoas que vivem lamentando a falta de sorte e se acham perseguidas - pela família, pelos amigos, pelos vizinhos, pelo chefe, por todo mundo.

Ouvi certa vez de uma grande mestre algo que nunca mais me esqueci: "As vítimas não querem soluções, querem aliados!".

Mas por que razão é tão difícil abandonar o papel de vítima?

Para algumas pessoas, o sofrimento tornou-se um sentimento tão habitual, que ela está acostumada e até se sente confortável com isso. Já tive clientes que relataram sentir ate mesmo um vazio conforme iam se autorresponsabilizando e abandonando o papel de vítima.

Há quem encontre na vitimização uma forma de ganhar a atenção dos outros. São adultos que vivem como crianças, ansiosos por receber mais amor, mais cuidado e dedicação.

Além disso, quem se vitimiza, inconscientemente sente-se inocente e numa melhor posição aos outros. Afinal, a pessoa é uma sofredora.

Para sair do papel de vítima é preciso coragem, primeiro para olhar para si e se responsabilizar pela própria vida. Depois, é preciso "entrar em ação", agir. E os sofredores crônicos sentem uma imensa dificuldade em buscar soluções, por isso eles preferem aliados, aqueles que vão escutá-los e acolhê-los e, de preferência, vão  tomar suas "dores profundas" e "injustiças sem fim".

E você? Se reconhece neste papel, onde tudo gira em torno de si?

Este texto é um convite para você olhar para as feridas que a vitimização causou: quantas relações foram interrompidas, pela necessidade de estar certo? Quantas oportunidades perdidas, pelo sentimento de incapacidade? Quantas doenças contraídas, devido à crítica demasiada – a si mesmo e aos outros? Quantas inimizades? Quantos amores não vividos? Quanta vida desperdiçada...

Pare de jogar o jogo das vítimas, seja ela você ou alguém que você ama! Se colocar ou nutrir no outro o papel de vítima, apenas atrairá situações e pessoas que favorecem a depreciação própria. Liberte-se e incentive os outros a se libertarem também! 

Da próxima vez que a nuvem do "coitadinho" pairar sob a sua cabeça, respire fundo e repita a você mesmo ou ao outro:

"Não ou inferior/Você não é inferior a ninguém. Eu sou/você é perfeitamente capaz de se responsabilizar pelo rumo da sua vida."

Já dizia Freud “Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?”.

Não esquece: a vida é feita de infinitas possibilidades, exceto para as vítimas. Porque elas não querem soluções e sim aliados.

Até uma próxima!

Ingridy Ribeiro é Coach de Vida & Carreira. Escreve às sextas-feiras

Foto: Reprodução

 

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